quinta-feira

DDIs sixty-four: glassities

felipe vidro, conhecido por aí mundo afora pela alcunha americanófila
de philip glass, completou 70 teclas vitais em janeiro e até o fim do ano
vai presentear almas anti-sebo com alguns poucos concertos solo
no esquema genialidade homem-piano.

estivemos lá, tarde-noite de lua cheia na cidade-fantasma de candem,
almas acústicas em busca de deleite atômico, de transporte cinético
nas notas flutuantes que deslizam sobre a pele melancólica e movem
como o trem cortando a planície do deserto de gobi.

glassnetics.transporte cinético nas notas flutuantes.glasskeys

.the melancholic skin.


transglass.cutting gobi desert.glassmove




flowtrack: makossa&megablast:
like a rocket & galaxy 82

quarta-feira

DDIs meia3: through the looking glass




glass.vidro
glassidades vidróides
solo piano

sábado

DDIs whatever: da haus


long time no see,
não é que aconteça muita coisa
é que o que acontece, por menos que seja,
rouba o tempo e empurra a barriga.

traçamos o masterplan da tarde,
desafio de cheesesteak no jim's,
guiness no tattooed mom, caminhada
até o mahogany pro charuto com afligen,
as moças oferecem um chivas de brinde,
zarpamos pro fiume, maker's mark.

uma longa conversa sobre tudo, a vida
na américa, indonésia, brasil, west philly,
little jacarta, rio.
o turismo negativo, a molecada atômica,
as relações neuróticas.

então, você senta em casa, depois do
sanduíche e do sorvete e da gata, põe
os novos fones, ativa o winamp e entra
no noiseshaper, que sacode a grace
jones pra fora do eterno
: slave to the rhythm; sempre.



quarta-feira

DDIs meiaum: ?

e de novo, como fazer música escrevendo?
como escrever fazendo música?
ou: como reproduzir o estado em que se entra, a freqüência, o fluxo,
essa dimensão, com palavras?
procedimento ou lingugem, procedimento na linguagem?

*****

p. diz que a primeira vez que sarmiento falou ao telefone,
lá por volta de 1800epicos, assim que desligou, sentou e
escreveu uma carta de 20 páginas ao amigo que estava do
outro lado da linha.

*****

não, uma coisa não tem nada a ver com a outra (nem com a foto).

*****




terça-feira

DDIs ?: american noise five

você começa por onde?
um abraço, um beijo talvez, ou apenas um olhar, uma longa mirada através de duas pedras brilhantes, ou dois poços escuros, duas estrelas ou duas luas refletindo o sol, e você entra e é invadido por essas histórias futuras que carregam passados imaginários, todas terminando em você, com você, felizes, com vozes de crianças, pedidos, chamados, gritos, barulho, tudo na mais absoluta paz porque esse é o reino do amor, você pensa, você imagina, isso é, para você, o princípio da felicidade, de uma felicidade possível, e você mergulha mais fundo dentro do outro, dos olhos do outro, que é você também, você se vê, você está lá, sentado, com o coração aquecido, olhando o quadro que a janela emoldura, o céu azul, as árvores, um sonho americano de felicidade, o mundo que vive do lado de fora é o quintal do teu desejo, é feito por você, para você, as vozes são como o vinho que à noite é dividido com o outro, enleva, inebria, embriaga, o outro existe, você está nele, e as vozes são as vozes que vocês criam juntos a partir de um mergulho, um mergulho em luas cheias, em pedras brilhantes, um mergulho que dura o tempo de uma vida imaginada no tempo que dura uma dose de jim bean e uma talvisbahia ao som da mesma música repetindo infinitas vezes enquanto dura a fumaça e você.


flowmusik:akufen.skidoos/luomo.present lover
ambient:talvisbahia&jimbean

quarta-feira

DDIs lix: american noise four

flow music: reign.unkle [beat pharmacy mix]:

pastime paradise new roomates snow motion

bad shoulders constant pain shades and hats

loads and coats the eternal wait for something

small breakbeat dance

is dead coolmemmoire baudrillard is cold again

outside storm in the week alert boots needed

friend flying simulating stimulating navigating

laying the reign pushing the body resting the

nest say mon ami how come not with the knife

but you and your sarcastic wife

yes we're going about time the seasonal ducks

migrating inspiring and the weather is so oh

the buses driving my eyes through the land

scape greengrey shelters holding floating i am

not a poet, you know, i am not a flower, she said,

but i can swim in the air, i can kiss the sky, jimmy,

and my eyes are purple as your lips, i jump and

waterfall capsized sound ethereal etherial thoughts

ethered the red though was not that red, maybe

babies, yes, blue babies, deep atlantis and we kept

walking legs left hurt and the sun smells like the

same music forever over the lilacs a bird was

flowering the ashes covering the soil a brief

moment

but then again the red again the plants again

under the dry plans again and again still moving

still cut.



flow music: urbz'n chaos.closer to god/david holmes.everybody knows:

é mais rápido do que você pode imaginar, vem mais cedo

do que você pensa, quando chega é um corte doce no

tempo, um novo espaço, como quando você fecha os

olhos pra dormir e quando percebe está acordando e

está tudo no lugar, certo, a vida ali, aqui.

no carro, tudo voando pela janela, a árvore na curva,

em frente, curvando, o espelho de água demonstra a

altura da montanha, onde você está não importa, o que

vale é que está funcionando, a voz nas caixas vai lendo o

mapa, as ruas vão lendo o carro, você vai sendo escrito

pelo que vem no próximo segundo, feche os olhos um

instante, imagine a estrada, em algum lugar o mar há

de estar, perto, certo, tranqüilo na fúria do corpo, como

você está agora, não pense mais, abra os olhos, passe a

marcha de novo, você está no carro, comendo a paisagem

com os olhos e os pés, um passeio, no controle, uma ronda

pela city bombardeada, insana geografia, vire à direita mais

uma vez,

flow music:akufen.skidoos:

a janela tem sempre um problema, mas isso não interfere,

quanto menos janelas melhor, o vento, sim, é isso, você troca

o som, algo um pouco mais viajante, perfeito, quanto menos

ansiedade melhor, você não vai a lugar nenhum, um mapa

aleatório é a bússola, uma vida em linha reta cruzaria o globo

quantas vezes?, abrir um buraco e conhecer a china, clássica

tirada de infância, esquerda, o braço pra fora, a sensação

do movimento, fluência, brevidade perene, feche os olhos,

o cheiro do mar, se concentre nele, você está chegando perto,

a ponte, abra os olhos e pegue a ponte, acelere, veja o mar,

se concentre nesse azul profundo, aumente o volume da

música, aperte o acelerador até o fim, a ponte está acabando,

ela termina dentro da água, se concentre na imensidão do

azul à sua frente, não diminua, sinta o carro flutuando em

direção ao mar, a água entrando por dentro, respire fundo,

feche os olhos, não entre em pânico, deixe o corpo ir afundando

devagar, pense no movimento, mais um pouco, olhos fechados,

você sente a água te abraçando como a pena de um pássaro

repousando em câmera lenta na mão de alguém num parque à

beira de um lago no fim de uma tarde agradável de outono,

então você abre os olhos, sem pressa, e quando você abre os

olhos sem pressa, está no seu quarto, deitado, levante e beba

um copo d'água sem medo, por hoje está bom.


segunda-feira

DDIs 58: catlife

pequeno bocejo selvagem

[costeleta yellow, ao som de stevie wonder, songs in the key of life]

sexta-feira

DDIs 57: as far as

19.2
Começa com um grito. O grito mais alto, o mais desesperado. Nada muda depois desse grito. O chão e o teto continuam sustentando as paredes, ou o contrário, para quem grita o que importa é se quebram, rompem, caem ou não. Não caem. Talvez algo mude. É possível que aquele que grita mude depois do grito, mas isso é apenas uma possibilidade. O corpo está estirado no chão. Depois do grito não há nada. O corpo está vazio, exaurido. Da cozinha da casa caminha devagar um ruído de água caindo. Pode ser a torneira da pia, ou algo assim. O corpo estirado tem os olhos fechados e agora está apreciando a sensação de vida que as veias pulsando e o sangue atravessando o corpo lhe dão. Antes, houve o pensamento da faca, mas a lãmina permaneceu gelada e indiferente. A carne tampouco se moveu. A faca é um grito silencioso, falta explosão à lãmina. Desespero e exaustão são coisas distintas. Começa com um grito, um grito de súplica que concentra toda a frustração cultivada no corpo (pelo que vem de fora e pelo que come por dentro).


[dj cheb i sabbah com "as far as";
só isso.]


quinta-feira

DDIs 56: snow-motion ii


snow motion [ii]

sexta-feira

DDIs fifty-five: snow motion



snow-motion

opensound: groove armada presents "doin'it after dark, vol.1"


segunda-feira

DDIs liv/live/livre

fase.azul.iii:fiomeiofio




céu azul abre um dia frio a mais
café e fumaça contra nuvens brancas

escadas de ferro decoram o fundo dos prédios
procuro uma mesa no lixo

a gata cinza tem olhos verdes
como um aquário de estrelas

nós buscamos um espaço fora do tempo,
um beijo sem hora marcada

a neve logo se torna triste, como a face irada
dos negros da filadélfia

ouço philip glass e sinto o mundo
um café com leite esquenta a melancolia
uma cigarrilha filtra o tempo por mim

penso em depois
tudo ficou para amanhã
(agora, ontem e hoje)


]sonora:
vienna.sound: tosca + K&D alter[




sábado

DDIs 53


no olhar da gata recupero minha ternura

domingo

DDIs lii


washington square color-filtered

segunda-feira

DDIs fifty-one: motor

start the engine


quarta-feira

DDIs 50: stillness



alguien crea silencios para nosotros



[bolaño.amberes
banda sonora: boozoo bajou, dust my broom]


sábado

future flashes & thoughts for mmvii



piano mood

[e quando você chega, já não está]

discipline is never an end in itself, only a means to an end

[e quando você chega lá, o lugar se foi]

je ne suis pas un heros, moi

[e quando você segura, desaparece]


modo piano

]não deixar desaparecer[
estar


segunda-feira

.

o vazio é sempre diferente apesar de ser sempre o mesmo vazio de sempre.

o vazio deveria ser estável, ainda que vazio.
(ou principalmente por isso)

.


piano

olho o jornal, nenhum sentido, ainda assim faz algum sentido.
um sentido ruim, um sentido de merda que não pode ser sério,
e é porque é o que se vive de alguma forma.
é natal, e bento novecento diz que é preciso lembrar, esse é
o lema da igreja, é preciso lembrar sempre, não é por acaso
que o catolicismo/cristianismo deriva do judaísmo.
lembrar sempre, viver na redoma no passado e das leis do
passado, agora é apenas um interstício para a reafirmação
da tradição e do que nunca foi num futuro próximo.
sim, morrer, talvez, e encontrar o messias depois, ou morrer
e encontrar o pai do messias na porta que leva ao outro lado.
nunca entendi qual a real diferença em termos práticos, sempre
me pareceu que era só uma questão de dominação e poder,
quem é e quem não é, quem fica e quem vai, quem entra e quem
fica do lado de fora, da mesma forma como fazemos por aqui.
vou ouvindo então o meu amigo falecido, um dos vários, que
já passou por esse momento de se ou de o quê, e fumo um sumatra
e sigo com o cawarra tinto, e vou ouvindo satie e as variações
infinitas da gnossièmmes e das gymnopédies e tudo bem, natal,
aeroportos no caos, mas o que não?, e ao mesmo tempo pensamos
sempre que estamos a salvo de alguma forma, porque somos nós
sempre que estamos aqui dentro, não?, e a música o silêncio a literatura
o cinema e algumas outras poucas coisas sempre nos confortam e nos
elevam (e enlevam), sempre, e outra vez e outra.
o conforto é o que nos mantém.


(mas o conforto também é uma um revolucionário fraco e preguiçoso.)

quinta-feira

old masters ii



Music saves me time and time again, the fact that music is still alive within me,
and is still alive in me as on the day i was born, Reger said. To be saved anew by
music every morning, from all the atrocities and hideousnesses, he said, that is
it; to be made once more into a thinking and feeling individual by music, you
understand, he said.
soundtrack: K&D alter playlist [shuffle mode]

segunda-feira

old masters

momants [sepiamalevich rmx]


tudo o que estudamos meticulosamente perde valor (para nós), reger disse. devemos portanto evitar estudar qualquer coisa meticulosamente. mas não podemos deixar de estudar tudo meticulosamente, esta é a nossa desgraça, e agindo assim dissolvemos tudo e arruinamos tudo (para nós).
na verdade nós já arruinamos praticamente tudo.
estudamos uma coisa por tanto tempo que no final ela não parece mais tão magnífica como da primeira vez, o objeto perde gradualmente o seu valor (para nós) e o que, no princípio, pode ter parecido a frase mais maravilhosa acaba por terminar como um desapontamento natural (para nós).
um mecanismo de dissecação e desintegração, reger disse, eis um hábito que adquiri cedo, sem perceber que isso era minha desgraça.
ao fim, não nos resta nenhum prazer na arte, não mais que na vida, não importa o quão natural isso possa ser, já que progressivamente perdemos nossa ingenuidade e com ela nossa estupidez.
apesar disso, em troca ganhamos apenas infelicidade.

[bernhard, mestre antigo sem a membrana da teia, faz falta a tua música na freqüência de concreto que nos enfiam pela goela do mundo, a realidade só existe na veia iconoclasta que quebra o mármore da estátua; o discurso neurótico, paranóico, anti-tudo, a elipse esquizóide do príncipe de saurau, franz-joseph e o pavor da idiotia, o sarcasmo e o desprezo de reger pelo vazio por trás de todas as coisas.
aonde está agora?]


nitesoundtrack:
unkle.reign [beat pharmacy mix]
massive attack.unfinished simpathy [perfecto mix]
+
cubatex playlist
[the cure.the baby screams, sinking, a night like this
new order.586, true faith
joy division.heart&soul, shadowplay
the smiths.the queen is dead]

sábado

blank mo[o]d momants

momants [malevich rmx]

><><



i just, simply, don't think so.
u jist, sompli, dyn't thonk si.

and so on,
ond sa no.

soon, sano.

[djusdon, tagalog nonsense mix]

quinta-feira

DDIs xliii:el portugnole pianístico del corazón

pollock, al(l)ways


e qué?
qué pasó, loco?
no te parece que se fué, ahora, y siempre?
bueno, és la calle más grande, no?
pone música, entonces...
és que he robado ese viño de la fiesta en princeton
y ahora me pongo a escuchar la estupenda soundtrack
de nyman para the piano, si, mi amigo, és como dice
la canción, the heart asks for pleasure first, the heart
asks for pleasure, first, no después, pero pronto, te parece?
la verdad es que el piano asks me, first, for the heart.
and.
me voy, siempre.

quarta-feira

DDIs xlii: smo,key


pollock


onde há vida há fogo



].nitesoundtrek :terranova
:precipice (aquasky remix)
& chase the blues.[

domingo

DDIs xli: sly sunday



i try to believe what i feel these days

it makes life much easier for me

it's hard to decide what is
real
these days
when things
l
o o
k
so
dizzy to me





somewhere
in
the music i
can
hear the bells
i heard a thousand years before
there 's al ways more

wondering is this there all there is
since i was since i

began to be

wondering
wandering

where we can
do what we please
wondering

["fontsizing" over sly..massive

attack..protection.1994]




sábado

DDIs 40: man-size




pj com man-size, a casa de lado,
man-size, no need to shout, let it
all, let it all hang out.

terça-feira

DDIs 3.ix: um inimigo no gol

um amigo na ponta, outro no meio de campo,
um terceiro na defesa e um inimigo no gol.
assim se faz um time pra vida.
se me perguntarem, não saberei explicar a
formação, talvez haja um masterplan, talvez
o organizador disso saiba dizer.
eu volto ao que nunca se foi e espero o vento
ficar mais forte, a música & a sombra, outro
time, esse talvez eu consiga explicar.
não agora, evidentemente.

um novo livro do antigo mestre, um outro
vinho australiano, outra cigarrilha, outra
luminária, outro comentário inútil.

o tempo não descansa, mas espera.

segunda-feira

DDIs iii.oito



time's up

now, when u look at the mirror
tell me whawhawhawhat do you see?
someone just like you and me... ´


[rockers hi-fi na iglesia espelhada
de julio, the joker]

quinta-feira

shhhhhhh

eu diria que sim se fosse pra dizer alguma coisa,
mas não é a hora de dizer nada, suponho,
então já estou aqui, com a bajka cantando
pro bonobo, nitelife, e só penso no som da corda,
a que não trava meu pescoço, como o violoncelo
do shadow em midnight in a perfect world,
coffee&cigarettes, compadre, seguimos na noturna
em busca de algum outro que seja, o próprio outro
dentro, o outro dia, a outra pessoa, o outro lado,
a outra vida, a outra espera de uma outra
esperança, a outra expectativa, fecha a tampa,
por favor, a criançada com cabeça de abóbora
assustando a fantasia dos mais velhos que por ali
já passaram há tanto tempo, e há a melancolia da
outra época, uma outra época, eles dizem, eu escuto
e sigo ouvindo o som da corda, a qualidade do som
poderia estar melhor, você não concorda?, não, tens
razão, a hora é de não dizer nada, olhar a luz do outro
lado da rua atravessando as árvores em direção ao
outro lado da rua e imaginar o que seria, o que poderia
ter sido que ainda não será, mas que talvez seja também
tudo isso uma grande distorção, um grande equívoco
projetado em cinemascope, e ainda assim sim, se fosse
o caso de dizer o que quer que fosse, mas não sendo não
digo e sigo a corda do som, que não me puxa pelo pescoço
e sim pelos ouvidos, imaginando a projeção da imagem
perfeita, uma que não me deixasse fora, que abrigasse
o sonho e a carne, o sono e a rua, que me levasse como
a voz dessa mulher e sua corda mágica para dentro do
que está fora de mim e ainda assim sou eu dentro de
mim, efeito difícil de arranjar, maestro, a leveza
da fumaça que viaja na luz falsa da luminária, e no
entanto, signore, sim, está tão claro a forma como ela
se move no escuro, como um suspiro sem desejo, não
pede nem exclama, flutua, um desenho irreal que lembra
o pai e o cigarro infinito, mas também insinua a linha
do dia seguinte, e você diria então se fosse pra dizer o que
quer que eu diria então que quem tem tem medo ou
mesmo que quem come prego sabe o cu que tem, mas
poderia soar grosseiro e na verdade soa e não é o momento
de dizer nada então você, e eu também, shhhhhhhhhhh
hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.

quarta-feira

DDIs 3sete: autumn falls with the upsetter




manhã de quarta, o sol estabelecido deita nas árvores amarelas
e brilha nas folhas secas caídas, o outono respira e levanta a
temperatura segurando o frio pra depois.
a mesa do studio reflete a luz no laptop e nos meus olhos;
ela deita cedo e acorda tarde agora, mas enquanto estiver
entrando pela janela está tudo bem.
daqui vejo o céu azul, impressionantemente azul.

esquento a água para o novo café, dark roast, french blend,
acendo uma silhouete sumatra e chamo o winamp com o lee perry.
eles respondem.

perry atende com o último disco, produzido pela rapaziada
do white belly rats, reggae troup suíça (perry mora por lá estes
dias). panic in babylon é o nome da bomba h musical.
o inventor do dub (co-operando com os upsetters), provavelmente
o cara mais prolífico do mundo dubreggae, aos 70 anos, dá as
coordenadas e aponta latitude, longitude e meridiano.
abre com "rastafari", manda um "voodoo" geral pros opressors,
solta o "panic" pros governos babilônicos e convida:
"have a perry salad, for this is perry balad".
pra ouvir ajoelhado e virado pras antenas rastas que captam
e circulam o punch, o power do som, the revolution will
not be televised, ela acontece aqui, na música.






panic panic panic panic international panic universal panic,
babylon panic never getaway from lee, 'cause i am the upsetter
i am the upsetter.
lee scratch is on the wire, lee scratch perry is on fire.

o sol volta, as árvores entendem, as folhas voam, autumn falls.

i bless with kiss, i bless with peace.



segunda-feira

DDIs 3seis: daquilá



domingo, segunda, manhã de sol, shadow e beasties no rio ontem,
a família muito bem representada (boa, lu!), eu e miró daqui de
olhouvido lá, filminhos ótimos e comentários abaixo da crítica.

[bem, em 95, na turnê do ill communication, bati o ponto
no imperator.
e aqui, o shadow tocou mais de duas horas, i guess it
equalizes]

banheiro vermelho e água branca em homenagem surrealista.

domingo

DDIs três5


auto-interrogatório blue