segunda-feira

zimótic



i.
o mundo é dos ricos e dos esforçados. o sujeito que é um e outro está com um caminho inteiro andado. como não sou um nem outro, merda!, cuspo para o alto pra ver se te acerto.
meu sonho é que no futuro ele seja obrigado a me estudar.
marco aurélio me olha de cima do seu cavalo empinado fazendo o gesto imperativo (gesto próprio de imperador) de quem diz: eu medito!
therefore...
i rule!
na verdade, tudo isso é razoavelmente muito fácil: outogar-se o cunho meditabundo de reflexivo senhor do tempo e do espaço, senhor dos homens.
qual a verdadeira conquista, eu pergunto?, pergunto!
bons tempos de tiãozinho bolagato pastando tranqüilo o seu nada no asfalto, bem diferente do rato de dyonelio, preocupado e bloqueado com a própria mediocridade.
entenda, a mediocridade deve ser a libertação de toda angústia, a alforria da obrigação de ser um deus, deus, deus à toda, como um roberto carlos íntegro acelerando e embreando e freando desembestado as curvas de santos, a 300km/h, atrás do diamante cor-de-rosa, rico e esforçado, quem um dia foi pobre e tijucano, nas quebradas da conde de bonfim com erasmo, tim e jorge, deveríamos todos torcer pelo américa?, síntese do rio, ou o brasil é um grande e colorido país alvinegro, nas quebradas de santos e botafogo na década de 60, 3 a 0 pra cá, 6 a 2 pra lá, e assim vai, foi, enquanto tudo acontecia e aqui apenas a noite anoitecia ensolarada de sangue de quem estava com a camisa errada, vermelha, américa de pompéia contra a américa de walters, ínfimo davi que golias nem enxergou?
o que tiver, há de ser, delírio de 100 graus, depressão de cem por cento de umidade
oh! doce senhor sentado no cume olhando de cima todo o escárnio de deus investido por conta própria de grande inteligência e poder de análise e de síntese por favor nos ilumine com o seu vocabulário mavioso de quatro palavras: a vida flui como rio (ôpa!, o “a” conta? são cinco!).
há esperança definitivamente.
eu de minha parte só espero o deus que não sou, espero algum tipo de conforto, o conforto destinado a quem não é rico ou esforçado, qualidades desqualificadas que, me parece, não devem interessar ao príncipe caído tampouco, o inferno precisa de gente empreendedora, sonhos de grandeza vil.
só espero a liberdade de não ser deus.
fora do império religioso.
não escrever um romance em função disso, já sabemos que então tudo é permitido, sua mãe inclusive.
apenas um fio desencapado, sem grandeza, desdivinizado,
esquizóide.

ii.
me lembro que por três vezes tive grande determinação:
uma prova de física em que precisei tirar 10,
uma paixão,
e outra prova para ter um título.
logrei sucesso nos três eventos, o que não significa dizer sucesso no decorrer,
contudo, atingi o primeiro objetivo.
também quis emagrecer, duas vezes, e duas vezes sucedi como um rei dos meus desejos e humores
assim como abandonei a chupeta de sopetão quando me pareceu fundamental para minha dignidade, e a maconha para minha sanidade.
fiquei dentuço e meio paranóico, mas alcancei as metas. poderia não ter feito nada e ficado como um coelho fóbico e psicótico.
quem dirá o contrário, anyway?

já cheguei à segunda página.
posso dormir.

porém deixo a mensagem clássica: é tudo uma merda!!
não esqueça.


[2001]

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Não ser um deus é moleza (curiosamente, todos nós conseguimos). Não querer sê-lo, é onde o bicho (te?) pega. E o que fazer de tanta dignidade e sanidade? Triturar a paranóia com os grandes dentes tortos que sobraram...

14 março, 2006 09:22  

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