terça-feira

anzol


boca1


pulo em cima da caixa d'água e observo a cidade dormindo,
funcionando num sonho, o sangue correndo devagar nas veias,
os carros pulsando nas ruas, o pulsar é lento, olho meu corpo
em cima do tanque fazendo parte desse noturno barco de pesca.

a rede me apanha ou sou fisgado? escapo para dentro da água

embaixo. o anzol rasga e aumenta a boca, a rede me impede
de ir à superfície, a tampa se fecha.


[agosto.96]