sábado

finados

vendo o the machinist
não dormir, enlouquecer.

finados, o luto o outro luto
closing day
sem palavras, só o vôo sobre o vale da morte
e da vida
triste, soturno

quebrado, partido em dois,
não é possível ter tudo...
quantas encarnações para saber o óbvio?
as duas partes não se encontram, convergência transtornada
um corpo pequeno demais para abrigar tanto
disse o count almasy, for their hearts are organs of fire

viciado no seu consolo, não paro de ouvir a mesma música
ininterruptamente: moon, waldeck.
impossível viver sem a absolvição de uma imagem feminina,
diz o coolmemoire baudrillard

apartado então de si mesmo, sempre o mesmo abismo,
a mesma reação, o mesmo desespero ansioso de retomar
as cntps do corpo e do espírito

uma vida mais leve, sempre insustentável, vc não aprende?
consumindo a si mesmo, a janela não pode abrir mais que
a sua dobradiça, sempre olhar, sempre provar, sempre querer
o que está além, a árvore proibida, a queda, a morte do irmão,
o exílio no deserto, a dor sem fim, a cidade sem direção

virado, cansado, exaurido é assim que se chega à porta do trem
ver o que fica pra trás e permanece
o que me espera e esvanece
o que é parte e fortalece
o que é delírio e desaparece